Ando pensando sobre os relacionamentos. Tentando entendê-los, compreendê-los. Talvez devesse sentí-los. Talvez seja por setí-los demais. Durante toda a minha adolescência eu esperei por um namorado, procurei um conto de fadas no tom dos amores e paixões. O que talvez eu não percebia era que eu vivia um conto de fadas com relação à amizade. Pessoas que foram essenciais para a minha formação como pessoa. E naquela época eu acreditava que os amores até podiam não ser eternos, mas os amigos eram.
O dia do amigo era o meu melhor dia do ano, dia de longas cartinhas. Este ano, no dia do amigo eu li um post interessante por algum lugar da internet. Haviam dois tipos de amigos, o fita cassete, que quando vc ouve parace que nada mudou e que o tempo não passou e aquele que marca um dado momento da sua vida. As pessoas costumam julgar mal esse tipo de amigo. Costumam dizer que amizade verdadeira é para o resto da vida e que se for apenas de um momento, foi um passatempo.
Eu discordo. Tenho amizades infinitas, cúmplices de um dia da minha vida. Pessoas que eu julguei eternas e presentes para sempre, que se afastaram do meu caminho. Que foram cúmplices indispensáveis, inseparáveis. E que já por isso foram belíssimas. Mas que hoje não dividem mais as mesmas risadas, as mesmas compreensões, o mesmo silêncio de significados. E por isso eu já chorei, já tentei ser quem não era. Me desesperei, me perdi. E hoje compreendo a beleza de nos deixarmos ir. Talvez assim, devagarinho, como um perfume que se desapega da pele. Porque eterno não é o que dura pra sempre. Eterno é o que me marca para sempre.
Esquecê-los jamais. Porque são eternos demais.
2010
Que maravilhoso! Parabéns pela compreensão e crescimento espiritual... Saudades!!! Beijos e Abraços..Bia=)
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