Uma música qualquer rolava ao fundo. Mas parecia inaudível, misturava-se com aquele burburinho de falas. De palavras. Tanta gente. Algumas risadas. Observava apenas. Alguns casais de namorados. Uns meninos que falavam alto.
Burburinhos. Tanta gente. Continuava observando. No canto do bar havia um grupo de rapazes, que olhavam em vão para umas meninas da mesa ao lado. Um casal: uma lágrima escorria pelo rosto dela e ele apenas observava. Tantas palavras.
Burburinhos. Assustou-se com o garçom, lhe oferecendo mais uma cerveja. Tantas palavras. Tanta falta de significados. Tanta gente. Perguntou-se mais uma vez que música era aquela que estava tocando. Mas de fato isso não faria a menor importância. Resolveu tentar observar as palavras ditas à sua volta. Viu-se detida em imagens.
Burburinhos, algumas palavras. O relógio. Meia noite e meia. Sem mais. Definitivamente o silêncio sempre quisera dizer tantas coisas. Levantou-se. Hesitou, mas seguiu até a outra mesa de canto. Ele olhou-a. E ela: "Posso me sentar ao teu lado e segurar a tua mão?"
2007
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