quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Silenciar. A capacidade das palavras de transformar o silêncio em ação. Um quê de fascínio. Ela levantou-se, ali, naquele quarto de paredes não mais tão brancas. 
Silenciar. Silêncio-ar.  Respiração.
E ela ali, entre a passividade, sujeit(a) de passagem. Território de transição.
Uma manhã, falada de silêncio. E as palavras - sentidos - pareciam querer explodir da garganta.
Como sempre ela imaginou um texto. Bonito? 
Mas (hesitou) (exitou) ao preencher a página em branco. 
Entre o excesso e a ausência. Silêncio. 
Silenciar. Si-len-ci-AR.
Ela quis ser vento, e deixar o ar entrar. Cessar os barulhos externos, internos que não a deixavam escutar e ela nem bem sabia o quê.

Silenciar. Ela quis transformar o silêncio em verbo. Evidenciar-se enquanto perigo, território de si.