Ela, com o mundo entalado em sua garganta (de um jeito que só os TCCzistas podem compreender) não queria voltar pra casa. Saiu da faculdade com ele, como fizeram tantas outras vezes. E saíram para comer um cachorro quente.Só que como ela não comia cachorro quente, comeu um pão de morango com chocolate. E se melecou inteira como criança. Eles riram.
Ele riu. Ela riu. Sem darem as mãos (apenas tocando-as vez ou outra), seguiram. Seguiram pelo metrô, pela avenida paulista. Sem saber porquê, foram parar no conjunto nacional. Lá de onde ela gostava. De lá de cima, onde podiam ver a querida avenida. De uma noite que se tornaria querida. E se olharam. E pra fugir dos olhos dele, ela olhou pra frente e disse algo não muito poético: “Olha o itautec!”. Mas para eles foi quase poesia, porque os dois perceberam que foi quase um beijo, quase um abraço, quase uma declaração.
Um flash depois (desses flashes da nossa memória), eles estavam sentados na mesa de uma lanchonete. Brincando de “sério”. De tanta vontade que tinham de se olhar. E ela perdia a brincadeira de propósito, porque ele a desconcertava.
Então, ela o acompanhou até o ponto. Ele a abraçou. E se beijaram. E mais uma vez ela veio com algo não tão romântico (eita menina teimosa), lhe dizendo que não sabia se era uma boa ideia. Ele concordou que talvez não fosse. Mas, apesar de suas palavras, não conseguiram se largar. E acordaram que era só durante aquele dia. Combinaram tão bem combinados que trocaram mensagens assim que chegaram em casa. E combinaram tão bem combinados que sábado foram a uma festa juntos, na qual combinaram que ninguém precisava saber deles (e é claro que todo mundo ficou sabendo). Combinaram também que não iam namorar. E nem preciso dizer que quebraram esse combinado também.
Ah! essa história começou num dia 11 de setembro. Há três anos atrás...